meu filho me perguntou
o que é um poema,
e eu lhe disse.
Talvez,
embriagado pelo meu orgulho
em seu interesse
por uma arte tão bonita e importante,
eu me precipitei,
e traí milhares de anos de versos
e matei tantos poetas.
Então eu fui buscar
um conhecimento maior,
e achei tudo tão confuso.
Porque, eu me pergunto,
o poeta,
faz seus versos tão impenetráveis,
porque ele os faz tão elusivos.
Eu me senti pequeno na alma,
que meu filho esperava,
enquanto a minha ignorância
me envolvia como um manto
invisível e apertado.
Então eu o fiz, o que fazem
os que não sabem;
irritado,
eu lhe disse que estava ocupado.
Mas o meu filho cresceu,
e virou um adolescente:
inteligente, argumentativo, incapaz
de permitir ao pai, um porto seguro,
um refúgio de sua própria ignorância;
saiu em busca de suas próprias respostas.